PORTUGAL NÃO HONRA, NEM SE LEMBRA DOS SEUS HERÓIS E MÁRTIRES EM COMBATE NA DEFESA NA NAÇÃO

OLÁ MALTA

 Dia Nacional do Combatente, ou dia mundial do combatente!

Neste tempo húmido e cinzento, ouvindo a chuva a cair, qual nostalgia me invade.

Sentado ao computador, ponho-me a saltitar de site em site de outros camaradas nossos, vendo fotos (de Angola, Guiné, de Moçambique, ou do Afeganistão, do Kosovo, da Bósnia) e fico anestesiado com as mesmas, vindo à memória todo um passado que por momentos se torna presente, em certas situações um pouco de desespero na memória.

Parece-me também, que muitos sites sofrem da mesma doença (é a minha opinião) isto é, ausência de participação no relato das histórias vividas na guerra.

Desta forma estamos também nós a ajudar que o país, nos vote ao esquecimento.

Fazem hoje 70 anos sobre o que foi o (DIA D) que foi a invasão da Normandia, pelos aliados.

Esta acção onde morreram muitos milhares de combatentes, entre os quais muitos Páraquedistas.

Este dia 6 de Junho de 1944, está a ser celebrado e homenageado com a presença física de alguns combatentes  ainda vivos, daquela chacina feita pelos Alemães de Hitler.

O dia de hoje está a ser lembrado e celebrado ao mais alto nível mundial, onde os próprios Presidentes e Reis actuais, onde se inclui o Presidente Obama e a Rainha de Inglaterra entre outros, são estas figuras de alto-relevo actual que fazem questão de relembrar ao mundo que todos os países devem muito aos seus combatentes, nunca os poderemos esquecer, sem o seu sacrifício, o mundo certamente hoje não seria como é, dizia o presidente OBAMA.

Este dia mudou a face do mundo, onde nós Portugal nos incluímos.

Nós não participamos diretamente no dia D, mas participamos indiretamente!

Portugal também teve as suas guerras recentes, tem os seus mártires em combate e não são poucos, para um país tão pequeno em área, mas grande em valentia.

Enquanto os outros países exortam os combatentes falecidos e honram os ainda vivos no dia de hoje, com acções e eventos no terreno, para que os seus combatentes sejam dignificados e nunca sejam esquecidos, ou apagados deliberadamente pela mão do homem, ou pela poeira do tempo.

Pelo contrário Portugal tem vergonha da sua história de guerras recentes, dos seus mártires e heróis combatentes e abandonou-nos completamente ao esquecimento, á desgraça das doenças contraídas em combate.

Portugal devia ter vergonha sim, dos tempos atuais do depois do 25 de Abril.

Portugal procura ser um país moderno, mas pelas suas acções mais significativas como honrar os seus heróis e mártires, não deixou de ser um país do terceiro mundo, ou diria mesmo pré Romano, porque já os Romanos, levantavam os seus mártires em combate do campo de batalha e lhes prestavam as devidas honras.

NÓS COMBATENTES VIVOS, TEMOS DIREITO A EXIGIR O NOSSO ESTATUTO NACIONAL DO COMBATENTE E PELO MENOS UM DIA POR ANO NOS SEJA DEDICADO COM EVENTOS OFICIAIS.

Portugal não pode ficar mais tempo indiferente a este drama social dos mártires em defesa da Pátria á honra, dignidade e gloria, merecidíssima dos sobreviventes.

Temos que fazer lembrar a estas gerações os mais novos e ás populações em geral que desde á 600 anos, Portugal tem sido um povo de heróis e mártires, dignos dos feitos mais valorosos que só foram igualados, com o primeiro passo do homem na Lua.

Temos que lutar pelos nossos direitos reconhecidos mundialmente, menos em Portugal e nos países do terceiro mundo.

PARTIDA DE LISBOA 09 DE JUNHO DE 1971, CAMARADA DO EXERCITO QUE VIAJOU COMIGO NO VERA CRUZ PARA ANGOLA..

Carlos Alberto

José Pacheco

José Pacheco



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ora até que enfim encontrei um camarada que viajou comigo no navio Vera Cruz, embarque no dia 11 de Junho de 1971.

O navio Vera Cruz chegou a Luanda no dia 22 já á tardinha e ficamos ao largo, só tendo desembarcado no dia 23. No dia 23, eu e outro Páraquedista Boina Verde, foi sair do barco e apanhar logo um avião para Moçambique, os outros dois ficaram em Angola. Cheguei a Lourenço Marques Moçambique no dia 23 de junho de 1971,á tardinha, depois fui para a Beira e imediatamente no mesmo dia para Nampula, Norte de Moçambique. O seu marido deve lembrar-se dos quatro Páraquedistas, Boinas Verdes que viajavam no navio, era-mos só quatro eu era entre todos os militares a bordo, sargentos e soldados, o mais velho do navio, porque iam muitos milicianos, só havia um capitão Barquinho da Força Aérea que era mais velho do que eu. Eu já tinha nessa altura dois anos de tropa. Ele deve-se lembrar do levantamento de rancho que nós fizemos no refeitório á hora do almoço, porque durante dois ou três dias só nos davam arroz de frango (arroz de estilhaços) e eu revoltei-me. Eu levantei-me da mesa, quando os criados trouxeram o comer e todo o refeitório se levantou, ninguém comeu nada, veio o Oficial de Dia que era esse tal capitão Barquinho, era o único oficial e ainda por cima do serviço geral que viajava no navio, perguntou quem era o mais velho ? Eu disse logo eu! Perguntou-me o que é que se passava e eu expliquei-lhe que não comia-mos porque era sempre o mesmo e perguntei-lhe se o navio não levava mais nada para comer?

A partir daí as refeições mudaram logo, começou a aparecer saladas de tomate, bifes,  assim como o pão era duro e passou a ser mole, o vinho não davam mais e passaram a dar, é que como a tripulação do navio era civil, guardavam a carne e o melhor para venderem sendo o dinheiro para eles claro, (candonga), mas naquela viagem o negócio saiu-lhes errado!

Ao mesmo tempo foi divinal e é bom recordar estas passagens, naquele levantamento de rancho parecia que estava tudo combinado.

E as garrafadas no Funchal Madeira, á saída do navio ?

As garrafas vazias de cerveja batiam na calçada do porto pareciam granadas. O pessoal do Exercito não teve autorização para sair do navio no Funchal, mas nós os quatro saímos.

Eu briguei com o Capitão Barquinho da Força Aérea, disse que lhe dava um tiro na cabeça, porque ele disse que ia fazer uma participação de mim, saímos na mesma do navio mesmo sem ordem e ele não fez participação nenhuma .

Foi muito bom conhecer o Funchal, lembro que comi lá um Bife, com batatas fritas e ovo que parece que até hoje não comi outro igual, fiz compras e eles mandaram para o continente.

E quando parámos em São Tomé em que vieram os indígenas em canoas feitas de tronco de arvores, carregadas de bananas roxas, vender junto ao casco do navio porque o navio não podia atracar por falta de profundidade, então tivemos que ficar ao largo!

Aí também foi muito engraçado porque os de cima do navio nos pisos mais altos, como era o meu caso, vinha em segunda classe, mandava o dinheiro para baixo nos cestos e a malta dos porões que era do exercito, apanhavam as bananas e os abacaxis. Isso ainda deu chatice, tive que ir lá a baixo brigar com a malta, senão pagava e não comia nada.

Se não me pusesse a pau, não me calhava mesmo nada porque a malta no caminho dos cestos roubavam tudo, ainda ameacei alguns que pilhavam tudo e não pagaram nada, por fim lá apanhei o que comprei, mas foi apanhado por eles e vieram entregar-me á mão, mas ainda tive que descer ao porão e ameaçar uns gajos do exercito que estavam logo a seguir á saída dos cestos, apanharam muitas bananas dos outros sem pagar, os outros pagaram e não comeram nada.

No final tudo correu bem o pior foi aquele nosso camarada coitado que caiu á água e nunca mais o vimos.

Cumprimentos ao seu marido minha senhora, a si também e a toda a família.

José Pacheco

O GOVERNO QUER VER-SE LIVRE DOS EX.COMBATENTES , COM A CONIVENCIA DA SUB. SECRETÁRIA DO ESTADO DA DEFESA BERTA CABRAL

OS DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS E AS ASSOCIAÇÕES QUE AJUDAM OS DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS, ENTRE OUTRAS, NOMEADAMENTE A A.D.F.A. E A ASSOCIAÇÃO APOIAR, ESTÃO INDIGNADOS COM A SUB. SECRETÁRIA DE ESTADO DA DEFESA NACIONAL, BERTA CABRAL.

Governante acusada de retirar cartão de saúde a ex-combatentes.

Uma associação de apoio a ex-combatentes acusou hoje a secretária de Estado da Defesa de retirar o acesso imediato ao cartão de saúde da Assistência na Doença a Militares (ADM) aos ex-combatentes, impedindo-os de acesso médico e medicamentoso gratuito.

"Em causa está um despacho da secretária de Estado Berta Cabral, de 17 de Julho de 2013, que retira a possibilidade de os ex-combatentes terem acesso imediato ao cartão de saúde da ADM, o que lhes permitia terem médicos e medicamentos gratuitos, e esta situação é particularmente grave no caso de combatentes com stress de guerra pós-traumático, que são pessoas com mais de 60 anos, com reformas na ordem dos 200/400 euros, e que não estão a aguentar a situação", disse à agência Lusa o presidente da direcção da APOIAR, Associação de Apoio a Ex-Combatentes Vítimas de Stress de Guerra.Com a decisão, acrescentou, a secretária de Estado da Defesa passou a responsabilidade da emissão de cartões ADM para a Caixa Geral de Aposentações.

A decisão "viola a Lei em vigor que possibilitava que os ex-combatentes tivessem cartão ADM logo que apresentavam a documentação necessária para que vissem reconhecido o grau de incapacidade", disse João Sobral.

Argumenta que o despacho contraria o disposto no Decreto-Lei nº 50/2000, nomeadamente o artigo 6.º que determina que "quando a junta militar profere a deliberação é conferido ao militar o direito de acesso aos serviços de apoio médico, psicológico e social prestados por qualquer das instituições e serviços que integram a rede nacional de apoio que incluem os serviços de saúde militar, do qual o cartão ADM faz parte".

"Até ao despacho, os ex-combatentes eram sinalizados em juntas médicas militares e a partir daí tinham acesso ao cartão ADM, porque até que vejam reconhecido o seu grau de incapacidade há uma série de etapas burocráticas por que têm que passar, havendo casos de processos que andam 12, 13, 14 anos por resolver. Se isso é assim agora, até chegar à Caixa de Aposentações então leva uma eternidade", observou.

João Sobral acrescentou que a associação a que preside enviou esta semana uma carta à secretária de Estado a contestar o despacho e a solicitar-lhe uma reunião, "o que tem feito desde Julho sem obter resposta".

Contactado pela Lusa, o assessor de imprensa do Ministério da Defesa, disse que o despacho "vem ao encontro de uma situação identificada há anos e visa clarificar a atribuição de cartões ADM a militares".

"O que acontecia é que até aqui os militares tinham acesso a cartão ADM logo que apresentavam documentação a solicitar grau de deficiência sem tivessem que apresentar prova disso e foram detectadas situações que não cumpriam os requisitos formais", disse a mesma fonte, argumentando que o "despacho está conforme o previsto na lei nº 43/76 de 20 de Janeiro".

"Sabemos tratar-se de um processo moroso, mas há que respeitar a lei", sublinhou, acrescentando que nenhum ex-combatente, deficiente das forças armadas ou vítima de stress de guerra pós-traumático está "excluído de assistência médica e medicamentosa, já que podem sempre recorrer ao Sistema Nacional de Saúde".

ISTO É MENTIRA! 

NINGUÉM RECEBIA O CARTÃO ADM, SEM QUE LHE FOSSE ATRIBUÍDO PELA ENTIDADE MILITAR COMPETENTE, UM GRAU DE INVALIDEZ!

MUITOS PROCESSOS EXISTEM EM QUE O GRAU DE INVALIDEZ ATRIBUÍDO É ZERO, LOGO ESSES NÃO TÊM DIREITO A ASSISTENCIA MÉDICA PELA A.D.M. E A MEDICAMENTOS.

NO ENTANTO TODOS OS QUE AO FIM DE DEZ ANOS NO MÍNIMO E DEPOIS DE MUITOS TESTES PSICOLÓGICOS E PSIQUIÁTRICOS, MUITO MOROSOS E COMPLICADOS, VÁRIAS JUNTAS MÉDICAS MILITARES, A QUEM FOI ATRIBUÍDA DESVALORIZAÇÃO, COM NEXO CAUSA EFEITO, ERA LOGO ATRIBUÍDO E MUITO JUSTAMENTE, O CARTÃO DA A.D.M. PARA TEREM ACESSO AOS MEDICAMENTOS QUE TÊM DIREITO POR LEI, ASSIM COMO A ACOMPANHAMENTO ESPECIALIZADO, POR PSIQUIATRAS ESPECIALIZADOS E NÃO DE UM MÉDICO QUALQUER.

O QUE ESTA SENHORA FEZ, FOI UMA LEI PARA O GOVERNO POUPAR Á CUSTA DA VIDA E DA SAÚDE DOS EX. COMBATENTES E PARA OS MATAREM MAIS DEPRESSA.

ISTO É NO MÍNIMO CRIMINOSO.

SIMBOLOS DOS GLORIOSOS CAÇADORES PÁRAQUEDISTAS

                           REGIMENTO DE CAÇADORES PÁRAQUEDISTAS

O Conselho Administrativo do Regimento de Caçadores Pára-quedistas teve uma importância de assinalar, já por a Unidade ter tido uma dimensão considerável, já por anualmente serem consignadas ao Regimento todas as verbas, quer para vencimentos do pessoal especializado em pára-quedismo, quer para aquisição e manutenção do armamento e equipamento específico, incluindo munições e sobressalentes, além das dotações para funcionamento como Unidade mobilizadora e de instrução, sua principal missão.

No campo das actividades englobadas nos Fundos Privativos, o Regimento de Caçadores Pára-quedistas manteve uma Padaria, uma exploração Agrícola, uma Pecuária e, bem assim, um Matadouro, além de outras do tipo "Serviços", menos significativas, mas nem por isso de menor utilidade para o seu pessoal.

É inquestionável ter sido o Regimento de caçadores Pára-quedistas, ao longo de cerca de treze anos, uma Unidade logística dos vários Batalhões a operarem em simultâneo em três Teatros de Operações descontínuos (Guiné, Angola e Moçambique). Para além disso, foi a Casa-Mãe dos pára-quedistas em todos os aspectos, incluindo o afectivo. Da preparação ministrada, do patriotismo cultivado, e da força anímica incutida em tanto e prolongado trabalho, resultou que as páginas mais brilhantes que alguém um dia escreverá sobre o que foi a Guerra do Ultramar, relatarão, sem dúvida, o comportamento honrado e por vezes heróico das Tropas Pára-quedistas saídas do Regimento de Caçadores Pára-quedistas. Cumpriram bem o seu lema: "Que nunca por vencidos se conheçam".

QUE NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM

TEXTO MAGNÍFICO QUE DIZ TUDO O QUE NÓS NÃO CONSEGUIMOS DIZER AOS MAIS NOVOS

Kaulza de Arriaga já dizia:"Desde sempre, nas Forças Armadas e sobretudo no exercito,houve divergência sobre as vantagens e inconvenientes, a justiça e a injustiça,de dois tipos de estruturas militares:a primeira, caracterizada pela existência exclusiva de forças uniformes de mediana preparação e com iguais privilégios ou regalias,a segunda caracterizando-se pela coexistência, por um lado de corpos de forças especiais,de pequenos efectivos,altamente preparadas e com maiores privilégios,e, por outro lado,de forças normais, de muito maiores efectivos.Era o dilema das massas indiferenciadas e das elites apuradas"O soldado Paraquedista sentia-se compensado e até vaidoso pela dureza,risco e humilhações que passou durante a preparação.

O seu ego saia reforçado e era visivel o seu orgulho no aprumo da farda,na postura do corpo e no brilho do Brevet de Paraquedista.

Foi assim que esta tropa alcançou glória e medalhas e assimilou a ideologia corporativa divulgada nos seus mandamentos.

Não nos consideravamos "tropa de elite",apenas "diferentes", "unicos", "mais capazes".Tentando vincar a diferença, deixando transparecer a convicção profunda de que a nossa identidade própria se resume apenas num nome-Paraquedista.

PÁRAQUEDISTAS BOINAS VERDES OU COMANDOS DE BOINA VERDE?

Caros Camaradas Páraquedistas

Á uns tempos atrás tentei desmistificar e antecipadamente informar com verdade, alguns camaradas Páraquedistas Militares Boinas Verdes, sobre um tema que provocou alguma polémica entre a nossa Família Páraquedista verdadeira porque alguns camaradas se recusavam a aceitar que os Páraquedistas Boinas Verdes Militares iriam acabar, terminando um ciclo quando o ultimo de nós, os verdadeiros Boinas Verdes morrer-mos.

Este tema ainda está actual e a fazer ainda alguma confusão a camaradas menos informados e até alguns com alguma informação, mas que ao verem uma Boina Verde na Cabeça de um militar, pensam estar perante um verdadeiro Páraquedista Boina Verde Militar lhe prestam vassalagem e não estão a ver as diferenças, nem as consequências actuais e no futuro do seu acto.

Posto isto resolvi retomar este tema polémico apenas e só para dar a minha opinião sobre este assunto, sem querer condicionar o pensamento seja de quem for, mas tão só informar com a convicção e tristeza que me move, pelo facto de a nossa Boina Verde e a imagem dos Verdadeiros Páraquedistas Militares e Boinas Verdes, estar desde á uns tempos a ser desvirtuada, confundida, delapidada, maltratada, por uma outra força militar pertencente ao Exercito que usa duas Boinas, sendo uma a Nossa Verde e outra a Vermelha dos Comandos por conveniência, ou seja, quando é preciso usam a Verde, noutras ocasiões os mesmos soldados usam a Vermelha dos Comandos, que é a sua verdadeira boina de origem.

Posso-vos informar com verdade que conheço militares Comando que não fizeram sequer o Curso de Paraquedismo, mas ostentam na mesma a Nossa Boina Verde como se a tivessem ganho.

Caros Camaras Páraquedistas Boinas Verdes, todos vós sabeis como, quando, por quem e porquê, foi Instituída a Boina Verde em Portugal.

Durante cerca de seis décadas, definiu essa boina, juntamente com as asas, o paraquedas e a esfera armilar, símbolo de Portugal no nosso Brevet, criados para distinguir e personalizar um tipo de soldados, pela sua instrução dura e única em Portugal, de forma a poder essa tropa ser treinada ao mais alto nível operacional do Mundo, para poderem esses militares de Portugal, executar com mais probalidades de êxito, as missões mais diversas e complicadas que pudessem surgir.

Daí a grande exigência na incorporação e seleção desses militares, onde a esmagadora maioria dos que se ofereciam para esta especialidade, eram á partida logo rejeitados nas provas, sendo apenas aproveitados um pequeno número de candidatos.

Mais tarde, durante as várias fazes da sua instrução, ainda eram os mesmos militares confrontados todos os dias e até ao fim da sua preparação, com a exigência cerrada de dar-mos o nosso máximo, nunca vacilar perante nada e existiam metas e avaliações coletivas e individuais que eram seletivas e eliminatórias, onde mesmo entre os melhores ainda ficavam alguns pelo caminho, por não conseguirem os objetivos mínimos que era cumprir todas as fazes da instrução violentíssima com aproveitamento, a que eram sujeitos e que faziam deles e lhe davam o estatuto de um soldado Páraquedista Boina Verde, o orgulho de Portugal e daqueles que conseguiam chegar ao fim da formação com aproveitamento.

Era portanto uma Tropa de Elite, carregada de simbolismo, valores morais e de sociedade que cumpriu com Honra Grandeza e Eficiência, todas as missões nas guerras em que entraram, marcando com o carimbo da dignidade, da eficiência e a própria História de Portugal, com uma marca profunda e única, durante cerca de seis décadas, onde deixamos um legado escrito em páginas de ouro, não existindo até hoje comparações possíveis. 

Os que por lá passaram não têm que se envergonhar do que fomos e do que o ter-mos sido representou, nas nossas vidas futuras, das nossas famílias e dos nossos descendentes.

Hoje tudo mudou!

A meu ver deviam as nossas marcas simbólicas, Brevet, Boina Verde e todos os símbolos que marcaram a nossa época, desaparecer do ativo militar a partir da altura em que se deixaram de formar estes militares de elite, com as características diferenciais que nos distinguiram das outras forças militares até á pouco tempo, fechando assim um ciclo que começou e terminou como quando começamos e acabamos de ler um livro.

Esses símbolos que refiro, deveriam depois do desaparecimento do último verdadeiro Páraquedista Boina Verde, passarem a representar com a sua preservação nos lugares adequados, com toda a força e dignidade devida a esses símbolos, um marco para a posterioridade em museus e na história de Portugal desse tempo.

Ao contrário do que se está a fazer, desejo eu e certamente todos os militares que viveram essa época histórica como eu que os Comandantes Militares de hoje preservassem da poeira do tempo, do desgaste propositado, do vandalismo desenfreado, distorcendo e saqueando a riqueza da verdadeira História de Portugal, destes símbolos sagrados para nós, assim como a dignidade e o reconhecimento devido aos seus intervenientes directos ainda vivos.

Estão esses mesmos símbolos altamente marcantes de uma época e de várias gerações de homens valentes e mártires, únicos em Portugal na idade moderna, a ser deliberadamente desvirtuados, esvaziados do seu conteúdo mais nobre, descontextualizados nos seus valores soberanos para os quais foram criados e treinados, feridos de morte pela falta de continuidade dos valores e da mística imprimida naquele tempo.

Não me incomoda nada que em Portugal possa existir uma força ou mais, como os Rangers, os Comandos, os Fuzileiros Especiais ou outros que tenham a valência operacional de saltar em Paraquedas.

O que me incomoda e não aceito de alguma forma é que se tenha transformado os Gloriosos Páraquedistas Boinas Verdes em tropas Comando, usando exatamente os mesmos símbolos que são nossos, como se fossem uma continuidade do que nós fomos o que na verdade não podem nunca mais ser.

Se os Gloriosos Páraquedistas Boinas Verdes, foram extintos então criem novos símbolos como por exemplo o Brevet e a Boina, para as forças que para além das suas especialidades têm a valência de saltarem em Paraquedas em operações militares.

Exemplo os Comandos sempre usaram a sua Boina Vermelha, os Fuzileiros a Boina Preta e os Rangers ainda usam a Boina Verde alface que sempre usaram e usam um brevet diferente do nosso, assim concordo e acho bem.

Neste caso os Comandos não só ocuparam a nossa Escola, como usam e conspurcam os nossos símbolos sagrados, os cânticos, Brevet e Boina Verde, tentando fazer-se passar por nós Boinas Verdes, quando o seu manejo de armas, instrução, marchar e até a própria mística é completamente diferente da nossa.

Ainda á bem pouco tempo, um Segundo Comandante Comando, com patente de Tenente-coronel a exercer funções na Nossa Escola E.T.P., apareceu de Boina Verde e fardado á Páraquedista Boina Verde Militar, sem omitir ao menos o seu posto e onde estava colocado, a vender e promover sapatos civis no Facebook.

Porque é que não o fez com a Boina Vermelha dos Comandos?

Não será esta atitude mais uma entre muitas, para sujar a imagem dos Gloriosos Páraquedistas Boinas Verdes na sua própria casa?

Isto para mim e penso que para Muitos Páraquedistas Boinas Verdes é inacreditável mas mostra bem o que representa para estes militares a Boina Verde e o seu passado.

Não representa nada!

Imaginem o contrário ou seja, um Comandante Páraquedista Boina Verde, ser colocado no Regimento de Comandos e fazer o mesmo, vender sapatos no Facebook fardado de Comando? Caía o Carmo e a Trindade não acham?

Isto a meu ver nós não devia-mos permitir e até devia-mos nos impor, reclamando junto das instancias superiores militares assim como fazer um boicote geral ao DIA DA UNIDADE, não aparecendo lá ninguém de nós.        

Assistimos assim impunemente ao descrédito premeditado e falacioso ainda em vida, de gerações de verdadeiros Páraquedistas Boinas Verdes e dos nossos símbolos sagrados, assim como ao desmantelamento e deturpação da história, pelos comandantes militares actuais, quando são dados e usados em publico os nossos símbolos sagrados, por militares que não cumpriram o que foi exigido quando do nascimento desta especialidade militar, com todas as suas exigências e características únicas e especiais.

Por tudo isto quero deixar aqui mais um alerta a todos os meus digníssimos Camaradas Páraquedistas Boinas Verdes verdadeiros, para que repudiem e não pactuem com este estado de coisas, não se deixem manobrar por aparências ou saudosismos que nada têm a ver com os Verdadeiros Páraquedistas Boinas Verdes e com o seu passado histórico.

Se deixar-mos andar, colaborando ou pactuando com este estado de coisas, se não mostrar-mos o nosso desacordo e descontentamento pelo que nos estão a fazer atualmente, estamos a ajudar e a ser cúmplices da nossa destruição e do nosso passado de Verdadeiros Páraquedistas Boinas Verdes pela omissão.

Estamos a pactuar com quem nos quer destruir e apagar da história, estamos a esquecer os nossos mortos, o sofrimento e as lágrimas de muitas mães e esposas que perderam os seus ente queridos, na flor da idade, as famílias destruídas até hoje e que os governos sucessivos desde o 25 de Abril não reconhecem e fazem de nós os bodes espiatórios, os culpados de guerras onde não pedimos para entrar.

Estamos a esquecer e ser coniventes com quem deixa morrer na mais profunda miséria os nossos camaradas e suas famílias que ainda hoje sofrem na pele e na alma, o terem um dia servido Portugal, onde contraíram doenças desconhecidas na altura, mas que agora os governantes conhecem bem, mas ignoram, estando apenas á espera que morramos todos.

EU RECUSO-ME DESDE Á UM ANO PARA CÁ, A PACTUAR COM ESTE ESTADO DE COISAS, NUNCA MAIS ENTREI POR LIVRE VONTADE NA E.T.P. , NÃO VOU A CERIMÓNIAS LÁ E NÃO PRETENDO LÁ IR NO DIA DA UNIDADE, APOIAR QUEM SÓ NOS TEM PREJUDICADO, OCUPA O NOSSO ESPAÇO E DELAPIDA A NOSSA IMAGEM.

Aos encontros de verdadeiros Páraquedistas Boinas Verdes vou a todos os que puder, porque vou confraternizar com os meus digníssimos Camaradas Páraquedistas Boinas Verdes, vou ver os meus irmãos verdadeiros, moldados no sofrimento e marcados para a eternidade com o nosso sangue comum, vou pelo convívio, a E.T.P. a mim já não me diz nada e não alimento clientelas falsas e os seus tachos, por muito bem-falantes que sejam ou que se queiram dissimular.

QUE NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM

ESTES MILITARES ABAIXO SÃO VERDADEIROS PÁRAQUEDISTAS A MARCHAR?

E ESTES EXISTE ALGUMA DIFERENÇA?